Mais um texto sobre o amor?

17:22

8 de janeiro de 2017

Falar sobre o amor é quase tão clichê quanto senti-lo, principalmente se levarmos em consideração toda uma cultura pop (filmes, livros, séries, programas de TV, revistas, etc) que tenta moldá-lo dentro de requisitos necessários para que haja sucesso na "empreitada" que é um relacionamento no século XXI. 

Mas em que momento esse belo sentimento passou a ser visto como uma oportunidade de obtenção de status e/ou como uma simples ferramenta de manutenção do ego? Será culpa das redes sociais que nos condicionam a um padrão de comportamento no qual a exposição de nossa imagem vale mais do que nossos valores? Ou então simplesmente nos acostumamos a "sensacionalizar" sentimentos? Será que a linha tênue entre aquilo que preenche nossos corações e aquilo que estimula nosso cérebro, e de certa forma nos vicia em sensações, foi rompida?  

Meus caros leitores, não dá pra saber. Talvez a junção de todas essas vertentes da verdade formem um culpado, talvez esse culpado nunca apareça, mas esse não é o ponto mais importante visto que enquanto possuímos a coragem necessária para combater todos esses estereótipos, toda essa cultura do exibicionismo e do desinteresse, ainda há esperança para os românticos incorrigíveis como eu! 

Há quem diga que o amor surge da falta de esperança, outros dizem que surge da autoconfiança e existem também aqueles que simplesmente não acreditam que ele seja real! Eu vejo o amor como consequência daquilo que temos dentro de nós, da maneira como lidamos com a vida e desenvolvemos a capacidade de ter empatia pelos outros! 

Nem sempre é fácil se ver na situação do outro, por isso acabamos cegos e egoístas acreditando que tudo que está além do nosso campo de visão não tem a menor importância, que nenhum problema tem maior relevância do que aquele que estamos passando e tudo aquilo que faz parte da vida de quem está ao nosso lado é mera futilidade! Criamos uma bolha em torno de nós mesmos e acaba se tornando quase impossível enxergar que existe vida do lado de fora, nos sentimos infelizes por não conseguirmos encontrar alguém pra dividir os dias bons e ruins e no final a culpa sempre acaba sendo jogada em cima das expectativas que temos nos outros. 


Nesse mundo onde tudo é "fast", "smart" e descartável acabamos esquecendo que o amor é algo que se constrói aos poucos, essa necessidade de "encontrar alguém" que preencha todos os nossos vazios existenciais e nos dê vontade acordar todos os dias formou uma geração que menospreza o autoconhecimento  e o amor próprio, a fé na vida, no dia de amanhã e principalmente em si mesmo! 

O que precisamos enxergar é que a beleza do sentimento, seja ele como for, é sensação de compatibilidade e companheirismo e não de compensação! O amor não traz aquilo que deve partir de dentro pra fora, ele só te permite enxergar as coisas pela visão do outro (a tal da empatia, que poucos conhecem) portanto não adianta pensar que a "pessoa certa" é aquela que te completa por te deixar na zona de conforto! A "pessoa certa" é aquela que te tira da tua zona de conforto, te proporciona um novo horizonte e se permite sentir tudo isso também, sem nenhuma obrigação, por livre e espontânea vontade! 

Por isso eu digo a vocês, não desistam de amar, pois como já disse nosso querido Drummond: 

"Além do amor, não há nada, 
amar é o sumo da vida." 

Até a próxima, 
Babi Mariano 


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