O Homem Normal

12:00


Era um homem normal, tinha seus amigos da época do colégio, possuía o cuidado de permanecer solteiro e morava sozinho. Nunca teve grandes pretensões no amor, o que era justificável quando seu passado entrava em cena. 

Sua primeira namorada se chamava Mônica e era dois anos mais velha que ele, tinha problemas sérios de autoestima e isso refletia em uma extrema cobrança dentro do relacionamento. Aos trancos e barrancos o homem normal se segurava em juras de amor baseadas na cultura pop e nos textos que lia em uma rede social qualquer. Dois meses depois do inicio romântico no parque da cidade, o fim parecia iminente! O tolo apaixonado se sentia incompetente por não dar mais do que ele podia, sofria ao ver que nunca era o bastante. Mônica pareceu se inspirar em sua xará dos quadrinhos e deu várias coelhadas em seu “Cebolinha”, arranjou outro alguém. 

A segunda namorada se chamava Angélica, mas era o Diabo em pessoa!  O relacionamento não durou nem duas semanas, mas fez o homem normal questionar tudo ao seu redor.

Depois de um longo período se recuperando psicologicamente, conheceu Anne. Era uma menina totalmente diferente das anteriores, nunca projetou suas fraquezas ou quis transformar nosso amigo em um objeto de manutenção de seu ego. O homem normal se apaixonou por uma mulher normal, que graça! 

Ficaram quase dois anos juntos, fizeram planos, quiseram filhos e trocaram alianças. Tudo parecia perfeito, o peito do autointitulado "homem mais feliz do mundo" era aquecido pelas provas de amor do dia a dia e ela era de fato a mulher com quem ele queria viver o resto de sua vida. 

Em um dia quente de dezembro ele recebeu uma mensagem em seu celular, era Anne dizendo que eles precisavam conversar. Se encontraram em um café no centro da cidade, Anne não permitiu que ele dissesse nada e logo lançou uma única frase capaz de desfazer todos os planos, abortar todos os filhos e romper todos os laços. “Não consigo sentir mais nada por você”. 

No fim das contas eu pergunto a vocês, qual a diferença entre Mônica, Angélica e Anne? 

Um amor se mede pelo fim.

Até a próxima,
Babi Mariano

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