Um (ex) amor platônico

13:49


Eu estava ouvindo aquela música, a mesma que você me mandou há um ano e disse que era a minha cara, cantei com aquela voz fofinha que fazia você rir, e comecei a estalar os dedos para acompanhar a batida, e posso confessar que foi bem estranho depois de todo esse tempo voltar a pensar na gente. Eu já segui minha vida. Entrei no Ensino Médio. Dei continuidade aos meus hobbys. Melhorei o meu inglês. Fiz novos amigos. E aprendi que nem é tão errado assim separar as frases com um ponto final.

Não sinto sua falta, para ser muito sincera, você nem era tão bom assim quanto eu imaginava, me senti um lixo depois daquela briga em que desabafei tudo e você também, lembra? A gente ficou sem conversar por mó tempão. E então você voltou falando que sentia falta das nossas chamadas no Skype e de passar noites inteiras jogando (claro, você sempre ganhava), e por um mínimo segundo eu pensei em tentar, juro que pensei, mas não iria dar certo, nós dois sabemos disso, não sabemos?

É até errado te chamar de ex-namorado, digamos que para mim você é um ex-amor-platônico, ou talvez nem isso. Aprendi com você um bocado de coisas, principalmente na categoria “o-que-nunca-fazer-com-as-pessoas”, não irei falar que eu só queria que você fosse feliz, eu não queria isso, queria que você sofresse como eu sofri e que tudo desse errado na sua vida para compensar a minha rejeição.

Mas aí as coisas começaram a dar certo para mim, então agora as coisas também podem dar certo para você. Depois de todo esse tempo só estou me lembrando de você por causa da música mesmo. Até que você tinha um bom gosto musical, mas agora eu conheço pessoas com preferências melhores que as suas. Até que você era carinhoso, mas agora eu conheço pessoas que me abraçam quando eu estou triste, diferente de você que nem ouvia o que eu dizia. Até que você era bonitinho, mas como dizem: “bonitinho é o feio arrumadinho”. Até que eu gostava de você, mas agora estou apaixonada por uma pessoa que gosta de mim também.

E sabe a melhor parte? Agora eu tenho uma nova música que falaram que é a minha cara, uma nova pessoa para eu fazer feliz (e que me faz feliz também), uma nova batida para acompanhar, e eu não preciso mais sonhar com o menino perfeito (que eu fingia que você era), sabe por quê? Porque eu descobri que ele existe, e agora ele é minha realidade.

Beijos, ou melhor, se mata.
De alguém que se deletou da sua vida.

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